terça-feira, 24 de novembro de 2009

Avanço nos estudos do pré-sal.


Universidade em São Paulo instalará centro de estudos que terá como objetivos dar subsídios técnicos para a exploração de fontes de energia e formar mão de obra, especialmente para o setor de petróleo e gás

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) irá implantar um novo centro de estudos em um de seus campi. Nomeado "Núcleo de Estudos Avançados do Mar: Um olhar para o pré-sal", a unidade será instalada no Campus do Litoral Paulista (CLP) e já recebeu o apoio do Ministério de Ciências e Tecnologia (MCT), conforme anúncio divulgado no início de setembro. A estimativa é que de sejam investidos cerca de R$ 30 milhões na unidade.

O projeto busca dar subsídios técnicos à exploração de fontes de energia, como o petróleo localizado na região do pré-sal, mas sem perder o foco da conservação ambiental. No Núcleo de Estudos serão enfocadas áreas ligadas à Geologia e Geofísica Marinha, Oceanografia, Meio Ambiente e outras ligadas indiretamente ao mar. Outras pesquisas ligadas à abertura do Atlântico Sul, questões ambientais, hidrologia e contaminação de aquíferos também poderão ser estudadas conforme programas de parceria com órgãos já estabelecidos nestas modalidades de estudo.

O apoio do MCT irá consistir na construção de estrutura para pesquisa e desenvolvimento nas áreas de Geologia, Meio Ambiente, Oceanografia, Química e Farmácia. As obras para construção do centro deverão ser iniciadas ainda no final de 2009, com previsão de finalização em seis meses. Já as atividades do núcleo deverão começar no segundo semestre de 2010.

De acordo com o professor do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da Unesp de Rio Claro e membro do Núcleo de Estudos Avançados do Mar, Peter Hackspacher, com a nova unidade pretende-se criar cursos de pós-graduação para a formação de pessoal qualificado nas atividades de pesquisa, inovação tecnológica, desenvolvimento de produtos e nos processos e serviços relacionados ao mar. "Desejamos propor um programa de pós-graduação na área, cuja abordagem é inédita no Brasil. Existe uma carência muito grande de profissionais com essas especializações em nível de pós-graduação", alertou.

O centro reunirá 117 pesquisadores de diversas unidades da instituição e será voltado para o desenvolvimento de estudos nas áreas de Geologia, Oceanografia, Recursos Naturais, Meio Ambiente e Recursos Pesqueiros. Na seleção da equipe, a experiência dos profissionais foi um dos fatores avaliados. Segundo o professor, todos os selecionados já atuam em atividades afins.

"A participação deles seria através de projetos nacionais e internacionais, orientando alunos de diferentes níveis. Será considerada a interação com diferentes órgãos de pesquisa e ministérios brasileiros", explicou Peter.

A escolha da cidade de São Vicente foi baseada em dois fatores principais: a competência nas áreas descritas e a vocação do litoral paulista. Além delas, diferentes ações na área de Petróleo e Gás em andamento na universidade, participação em várias redes da Petrobrás, apoio da Agência Nacional de Petróleo (ANP), projetos de P&D em andamento sobre a Bacia de Santos e participação em Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) sobre Estudos Antárticos formam as demais razões que diferenciaram a cidade paulista.

Infraestrutura

O núcleo terá um conjunto de laboratórios, que serão utilizados no sistema de multiusuários, e equipamentos de grande e médio portes. Este sistema consiste no uso partilhado de equipamentos analíticos de diversas áreas, como de Química Isotópica, Geofísica, Processamento e Modelagem de dados geofísicos, úteis para solução de diferentes conceitos como, por exemplo, na exploração e preservação ambiental.

O caráter multidisciplinar do projeto irá possibilitar a criação de novos produtos a partir da biodiversidade, bem como a avaliação química e farmacológica das plantas da Mata Atlântica, além do estabelecimento de políticas públicas adequadas para o crescimento econômico da região. "Pesquisas conjuntas com diferentes órgãos federais e estaduais permitirão aprofundar a identificação de interesses econômicos", ressaltou.

Iniciativas diferenciadas

Além do Núcleo, a Universidade desenvolve outros estudos no segmento de petróleo e gás. Na Geologia, a Unesp possui parcerias com a Petrobrás, ANP, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Entre os projetos em andamento, pode-se citar um com a ANP sobre a reavaliação da Bacia de Santos a partir de reintepretação de linhas sísmicas. Além disso, existem projetos da Petrobrás cujos temas incluem contaminação em áreas litorâneas, degradação ambiental e avaliação, geologia ao longo de dutos de gás e pedologia em regiões de impacto ambiental.

"Um centro dessa natureza é inédito no Brasil e acreditamos que outros setores mostrarão interesse em desenvolver pesquisas em colaboração com os projetos do Núcleo", afirmou o professor, com boas expectativas para o projeto.

Fonte:http://www.macaeoffshore.com.br/revista/internas.asp?acao=noticia5&edicao=20

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Notícias-Nobel de Química vai para estudo que explica resistência a antibióticos


07/10/2009 - 07h36

da Reuters
com Folha Online

Atualizado às 08h07.

Dois norte-americanos e uma israelense dividiram o Prêmio Nobel de Química por mostrarem como os ribossomos --máquinas produtoras de proteínas dentro das células-- funcionam, trabalho que tem implicação importante para os antibióticos, informou o comitê que concede o prêmio nesta quarta-feira.

O prêmio de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhão) foi dado aos norte-americanos Venkatraman Ramakrishnan e Thomas Steitz e para a israelense Ada Yonath, que detalharam como os ribossomos, que produzem proteína a partir das instruções contidas no DNA, funcionam no nível atômico.

"Como os ribossomos são cruciais para a vida, eles também são um grande alvo para os novos antibióticos", disse o Comitê do Nobel para a Química da Real Academia Sueca de Ciências em comunicado.

O trio explicou, por modelos 3D, como DNA é lido pela célula e mostrou o ribossomo em funcionamento, detalhando como vários antibióticos bloqueiam a função dos ribossomos nas bactérias e as desativam. Isso ajuda a entender como as bactérias criam resistência a remédios e contribui para desenvolver novas drogas.

"Quando comecei esta pesquisa, eu entendi que estava tratando de uma questão muito importante sobre a vida. Nem sempre acreditei que conseguiria achar a resposta. Estou incrivelmente feliz", disse Ada em teleconferência transmitida de Estocolmo, Suécia, onde o prêmio é anunciado.

Ada Yonath é a quarta mulher a receber o Nobel de Química e a primeira desde 1964, quando a britânica Dorothy Crowfoot Hodgkin foi laureada. Antes delas receberam o prêmio Marie Curie (1911) e a filha dela, Irene Joliot-Curie, em 1935.

Esse é o terceiro Prêmio Nobel entregue neste ano após as premiações nas áreas de Medicina, na segunda-feira, e Física, na terça-feira.

O prêmio foi criado por vontade do magnata da dinamite Alfred Nobel e é entregue desde 1901.

Fonte:Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u634582.shtml

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Notícias-Unicamp faz hastes ortopédicas de titânio 100% nacionais


Raquel do Carmo Santos

Próteses de titânio

Já é realidade no país o desenvolvimento de hastes de prótese total de quadril fabricadas com ligas de titânio. O protótipo, 100% nacional, foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e apresenta vantagens em relação aos materiais tradicionalmente usados para essa aplicação.

O uso desses dispositivos é cada vez mais importante devido ao fato de aproximadamente 90% da população com idade superior aos 40 anos apresentar alguma degeneração articular, na qual muitas vezes é necessária intervenção cirúrgica - como, por exemplo, nos casos de artroplastia de quadril e joelho.

As cirurgias basicamente envolvem a substituição da articulação natural por próteses ortopédicas. O envelhecimento da população também é um dado concreto - segundo números publicados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 30% dos brasileiros terão mais de 60 anos ainda na metade deste século.

Metais biocompatíveis

O protótipo produzido por pesquisadores da Unicamp é uma haste de prótese total de quadril e utiliza material constituído pelos elementos titânio, nióbio e estanho, ou seja, metais biocompatíveis e que não oferecem riscos à saúde humana.

Na composição desse material é utilizado entre 25% e 35% de nióbio - o Brasil é o maior produtor mundial desse metal. Neste aspecto reside a inovação do trabalho que tem como perspectiva primária baratear a produção da matéria-prima utilizada. "Estamos propondo tecnologias que reduzam os custos na obtenção da matéria-prima e no processo de fabricação, pois a expectativa é baixar o custo final dos implantes e oferecer algo acessível e de maior qualidade à população", destaca o engenheiro Éder Sócrates Najar Lopes, autor do trabalho.

O engenheiro apresentou a pesquisa que contém os resultados da produção, processamento e caracterização das amostras das ligas denominadas Ti-Nb-Sn - sigla dos elementos químicos utilizados (titânio, nióbio e estanho).

Próteses mais baratas

Os dispositivos, assim como as ligas biomédicas, estão em fase de validação para entrar no mercado. Segundo o pesquisador, poderão chegar com custo intermediário entre as hastes convencionalmente fabricadas em aço inoxidável - a prótese mais barata encontrada hoje no mercado - e as hastes fabricadas com ligas de titânio importado, de maior qualidade, porém nem sempre custeadas pelo Sistema Único de Saúde ou por planos de saúde particulares. Para isso, o engenheiro está iniciando um trabalho de pesquisa sobre o mercado consumidor de biomateriais metálicos.

As hastes produzidas no Laboratório da Unicamp oferecem maior segurança, pois são fabricadas com matéria-prima isenta de elementos tóxicos, diferentemente dos implantes produzidos com os materiais convencionais, entre os quais o aço inoxidável grau cirúrgico, as ligas de cobalto, cromo e molibdênio (Co-Cr-Mo) e as próprias ligas de titânio, alumínio e vanádio ou Ti-6Al-4V. Estas últimas foram desenvolvidas na década de 50 para aplicações aeroespaciais e acabaram por ser "aproveitadas" na área médica devido às excelentes propriedades mecânicas e de resistência à corrosão.

"Neste tipo de implante, o uso do aço é feito com sucesso. Para os casos em que se necessite do implante permanente, o recomendável é utilizar as ligas de titânio. Mas, na grande maioria dos casos, são observados implantes fabricados em aço inoxidável devido ao menor custo da matéria-prima. É nesse sentido que o desenvolvimento de ligas de titânio mais baratas, com alto percentual de nióbio e com tecnologia nacional, se tornam atraentes", explica Lopes.

Biomaterial

Na proposta do novo biomaterial, além das vantagens já comentadas, como a isenção de elementos tóxicos e a redução dos custos da matéria-prima, existe também a possibilidade de se baratear os custos do processo de fabricação dos dispositivos, empregando processo chamado de forjamento a frio, que nada mais é que dar forma a uma geometria através de forças de compressão utilizando uma prensa e um molde.

Este processo não é possível com os biomateriais metálicos convencionais. As ligas estudadas apresentam ainda características únicas no tocante ao controle do módulo de elasticidade, ou seja, o coeficiente que correlaciona a rigidez e flexibilidade do material. Hastes de próteses fabricadas com materiais convencionais apresentam entre três e seis vezes a rigidez dos ossos e essa diferença faz com que um implante dessa natureza instalado dentro do canal medular iniba as deformações elásticas naturais e benéficas que ocorrem no osso ao realizar as atividades como caminhar, correr etc. Essa situação pode acarretar a perda de massa óssea na região do implante e culminar na soltura ou fratura do implante ou do tecido ósseo.

É neste aspecto que tratamentos térmicos específicos permitem controlar as propriedades de rigidez e flexibilidade desses dispositivos. "O processo possibilita a fabricação de hastes com propriedades mecânicas dedicadas, ou seja, específicas de acordo com o tipo de solicitação mecânica e isto não se conseguia com os biomateriais convencionais. A parte superior da haste, por exemplo, pode ser fabricada com maior resistência mecânica e a parte inferior com baixa rigidez", esclarece o pesquisador. Essa capacidade abre campo para uma nova geração de implantes que poderão ser projetados de forma a atender as particularidades da complexa biomecânica do corpo humano.

Sobre o titânio

O elemento titânio é o quarto metal em abundância na crosta terrestre, porém em menor quantidade que o alumínio, ferro e magnésio. Sua produção é pequena pela especificidade no processo de redução do minério até chegar ao elemento, pois não é encontrado na forma pura. Possui altíssima resistência mecânica e à corrosão. A resistência mecânica é semelhante ao aço, com aproximadamente metade do peso. Por isso, em tudo quanto é necessária a redução de peso e maior resistência mecânica, ele pode ser aplicado com eficiência. É encontrado nas áreas aeroespacial, de plataforma de petróleo, automotiva, esportiva, de vestuário e na medicina.

Sobre o nióbio

As jazidas foram encontradas na cidade de Araxá, em Minas Gerais (MG), em meados da década de 1950. Não por acaso, o Estado de Minas Gerais possui a maior oferta, somando 90% da produção brasileira, seguido do Estado de Goiás, com 10%. A segunda maior produção é do Canadá que concentra 1,5%. O Brasil, maior produtor mundial, aparece com 98% no ranking.

Fonte:http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=unicamp-faz-hastes-ortopedicas-titanio-100-nacionais&id=4527

Imagem:Unicamp

domingo, 4 de outubro de 2009

Notícia-Ganhador do Nobel de Química do ano passado conta sua experiência


Claudia Dreifus Do 'New York Times'

Martin Chalfie, 62 anos, chefe do departamento de ciências biológicas da Universidade Columbia, ganhou no ano passado o Prêmio Nobel de Química com Osamu Shimomura e Roger Tsien pela descoberta e desenvolvimento da proteína verde fluorescente (GFP, na sigla em inglês).


"Entrei no site do Nobel para
ver quem foi o idiota que
tinha recebido o prêmio. Aí vi
meu nome, junto com Osamu
Shimomura e Roger Tsien. Eu
era o idiota"




“Com a ajuda da GFP”, disse à época o comitê, “os pesquisadores desenvolveram formas de observar processos antes invisíveis, como o desenvolvimento de neurônios no cérebro ou como as células cancerosas se espalham”. Leia abaixo trechos de uma entrevista de três horas:

É verdade que você estava dormindo e não atendeu à ligação que comunicaria que você havia ganho um Nobel?


É verdade. Quando você tem a sorte de fazer um bom trabalho, as pessoas fazem coisas horríveis – começam a dizer: "Você pode ganhar o Nobel". Então, quando chega a primeira semana de outubro, você perde um pouco o sono. Eu não dormi bem na noite anterior ao anúncio do prêmio de medicina. Eles anunciam o prêmio de química dois dias depois. Bem, naquela noite, ouvi um telefone tocando, como se estivesse longe, mas pensei que fosse do vizinho. Então, acordei às 6h10 da manhã do dia seguinte e deduzi que o prêmio de química tinha ido para outra pessoa. Abri meu laptop e entrei no site nobelprize.org para ver quem foi o idiota que tinha recebido o prêmio. Aí vi meu nome, junto com Osamu Shimomura e Roger Tsien. Eu era "o idiota". Acordei minha mulher, Tulle: "Aconteceu". Ela disse: "O quê? Nós dormimos demais e esquecemos de levar nossa filha para a escola?" De repente, o telefone começou a tocar. Era uma repórter da AP; ela disse que estava na frente do nosso apartamento e queria tirar uma foto minha. Eu disse: "Estou de pijamas". A repórter disse: "É exatamente essa foto que eu quero." Eu retruquei: "Mas você não vai tê-la".

Você é biólogo. Ficou surpreso por ter ganho o Nobel de química?


O prêmio era, na verdade, para a molécula. Em 1962, Osamu Shimomura descobriu uma proteína em uma água-viva que fazia com que ela brilhasse em um tom verde. Com colegas, 30 anos depois, pude inserir esse gene GFP em bactérias e torná-las verdes. Quando fizemos isso, foi aberta a possibilidade de usar a GFP como um tipo de lanterna natural dentro de animais e plantas, permitindo-nos ver células ou partes delas. Roger Tsien levou a questão mais adiante, criando uma paleta inteira de cores a partir da GFP, o que nos dá identificação para podermos ver mais processos à medida que eles ocorrem. O grande avanço é que agora podemos ver tudo isso em tempo real.

Como você começou a estudar a GFP?



Na verdade, até sei o dia em que ouvi falar dela pela primeira vez. Isso porque tenho um pedaço de papel cheio de anotações empolgadas que eu tomei – dia 25 de abril de 1989. Tínhamos uma série de seminários aqui e o neurobiólogo Paul Brehm era o palestrante convidado. Em sua apresentação, ele mencionou como Osamu Shimomura estava estudando essa água-viva que tinha uma proteína capaz de fornecer uma luz verde quando lançamos ultravioleta sobre ela. Havia uma década que eu estudava uma minhoca transparente, a C. elegans. Imediatamente pensei: se pudéssemos colocar o gene GFP na C. elegans, poderíamos ver processos biológicos em animais vivos. Até então, tínhamos de matá-los e preparar quimicamente seus tecidos para visualizar proteínas ou genes ativos dentro das células. Porém, aquela visão era estática: queríamos ver a progressão dos eventos à medida que as células mudavam com o tempo. Fiquei muito empolgado. Não conseguia mais prestar atenção na palestra de Brehm. Fiquei fantasiando sobre todas as coisas maravilhosas que poderíamos fazer. Passei o dia seguinte tentando encontrar quem mais estava trabalhando com a GFP. Descobri que Douglas Prasher estava tentando clonar o DNA: imediatamente concordamos em trabalhar juntos. Porém, por causa de uma série de mal-entendidos, perdemos o contato. Ele tinha achado que eu tinha largado a ciência. Em 1992, nos reencontramos. Um mês depois, usando o DNA que ele tinha nos mandado, inserimos a proteína na E. coli, que ficou verde quando lançamos ultravioleta sobre ela. Pudemos, então, fazer a mesma coisa com a C. elegans.

Como o Prêmio Nobel mudou sua vida?

O principal é que ele me transformou em alguém que é ouvido. As pessoas geralmente não ouvem muito os cientistas. Durante uma coletiva de imprensa em Columbia, dada no dia em que fui premiado, afirmei que estava assinando uma petição imediatamente de premiados pelo Nobel, em apoio à candidatura de Barack Obama à presidência; isso foi apenas algumas semanas antes das eleições. Se fosse uma semana antes, ninguém ligaria para o meu voto. De resto, tudo segue mais ou menos igual. Sou presidente de um departamento de biologia, e ainda preciso conseguir verba e espaço para os alunos. Ainda tenho de pedir financiamento para minha pesquisa, que é julgada como a de qualquer outra pessoa. Ninguém do Instituto Nacional de Saúde diz: “Ah, ele ganhou o Nobel, vamos dar o dinheiro a ele”.

Por que você acha que o governo de Obama fez da pesquisa biológica uma peça importante do pacote de estímulo econômico?

É porque a pesquisa biológica é muito intensa em trabalho. Também há dinheiro para a remodelação de laboratórios e a compra de novos equipamentos, que gera empregos fora da academia. No meu laboratório, não nos inscrevemos para receber dinheiro do pacote de estímulo porque nossa verba regular estava para ser renovada. Parecia muito egoísta inscrever-se para ambos. No entanto, conheço três pessoas no departamento cujos empregos foram salvos pelo estímulo.

Voltando ao Nobel, como você se preparou para a cerimônia formal em Estocolmo?

Meu amigo Bob Horvitz, que ganhou o prêmio de medicina em 2002, tentou me preparar. Ele disse: "Você vai a um ensaio antes da cerimônia e eles vão te mostrar um vídeo de Paul Nurse (chefe da Universidade Rockefeller) aceitando o prêmio porque eles querem te mostrar o que não fazer". Aparentemente, você deve caminhar até o rei, aceitar sua medalha, apertar a mão dele e se curvar para o rei e os eleitores. Então, você se curva para a plateia. Paul fez isso, mas quando ele voltou para sua cadeira, ele levantou à mão, estilo Rocky Balboa, e fez: "Yesssss!" Parece que eles não aprovaram esse comportamento. Quando chegamos a Estocolmo, eles não nos mostraram o vídeo de Paul Nurse. Na cerimônia, depois que eu me curvei para o rei, os eleitores e a plateia, vi minha mulher e minha filha na terceira fila, e soltei um beijo para elas. Depois, na recepção, conhecemos uma tal de Condessa Alice, que nos disse: "Em todos os anos de cerimônia que presenciei, nunca vi ninguém fazer aquilo!" Agora, temo que eles passem a mostrar meu vídeo como exemplo do que não fazer.

Na segunda-feira (5) vão começar a anunciar os nomes dos ganhadores do Nobel 2009. Você tem algum conselho para eles?

O mesmo que recebi: aproveite.

FOTO:Beatrice de Gea/The New York Times

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1327699-5603,00-GANHADOR+DO+NOBEL+DE+QUIMICA+DO+ANO+PASSADO+CONTA+SUA+EXPERIENCIA.html

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

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O Universo-Colisões Cósmicas-History Channel(1 de 5)

FEQ-Unicamp aprimora processos para produção de novos fármacos e de ‘cosmefármaco’


Por mais revolucionária que seja a tecnologia desenvolvida no laboratório de uma universidade ou centro de pesquisa, ela não terá condições de ser aplicada diretamente pela indústria se uma etapa nevrálgica do processo de transferência do conhecimento não for bem equacionada: o escalonamento. Em outras palavras, é preciso assegurar que os resultados obtidos na bancada sejam reproduzidos de maneira eficiente em escala industrial.

Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp dedicam-se atualmente ao escalonamento de três tecnologias que prometem trazer impactos positivos para a saúde e o bem-estar do brasileiro. Caso venham a se transformar em produtos comerciais, elas ajudarão a combater a leishmaniose cutânea, a tuberculose, a osteoartrite e até mesmo rugas de expressão, problemas que afligem milhões de pessoas no país. Os estudos contam com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e empresas privadas.

Os trabalhos vêm sendo realizados no Laboratório de Desenvolvimento de Processos Biotecnológicos (LDPB) da FEQ, por um grupo coordenado pela professora Maria Helena Andrade Santana. De acordo com ela, o objetivo dos pesquisadores é estabelecer processos e parâmetros operacionais eficazes para a ampliação da escala de produção dessas tecnologias, de modo que a indústria possa absorvê-los e aplicá-los. “Produzir algo em escala laboratorial é uma coisa. Produzir o mesmo em dimensão industrial é completamente diferente. Com frequência, temos que fazer adaptações ou promover alterações no processo laboratorial para alcançar a meta desejada”, explica. Muitas vezes, detalha a docente, o aumento de escala torna-se necessário para a obtenção de material em quantidade adequada até mesmo para ensaios pré-clínicos (em animais) e clínicos (em humanos).

Um dos projetos de escalonamento no qual a equipe está envolvida refere-se à produção de nanopartículas desenhadas para promover o transporte e a liberação controlada de um fármaco usado no tratamento da leishmaniose cutânea. Os testes realizados em laboratório com modelos animais, que contaram com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontaram que a nanocápsula contendo a medicação consegue penetrar nas camadas mais profundas da lesão, sem, contudo, atingir a corrente sanguínea. “Os resultados dos ensaios foram excelentes e o processo é passível de escalonamento”, analisa a professora Maria Helena. Segundo ela, o principal desafio dos cientistas foi desenhar uma partícula que cumprisse as funções desejadas. Eles optaram pelo uso de lipossomas, que são partículas lipídicas obtidas, nesse caso, a partir da lecitina de ovo. Entre as características dessas minúsculas cápsulas estão: elasticidade e capacidade de interagir com as células do organismo.

Sem essas peculiaridades dos lipossomas, conforme a docente da FEQ, não teria sido possível transportar e liberar controladamente o fármaco no ponto desejado. “Para se ter uma ideia, os lipossomas medem cerca de 100 nanômetros, mas os poros da pele têm somente 30 nanômetros de diâmetro. Ou seja, para atingir a área mais profunda da lesão e depois liberar o fármaco, o veículo teria que se deformar para passar pela superfície da pele. Nos ensaios que realizamos, nós vimos claramente que esse objetivo foi atingido”, afirma a coordenadora do LDPB. O processo já foi patenteado. Como as nanopartículas foram produzidas por um método não escalonável, devido ao custo das matérias-primas, os pesquisadores dedicam-se agora à definição de um modelo de produção que possa ser aplicado pela indústria. “Considerando os resultados preliminares, eu diria que estamos próximos dessa meta”, adianta a professora Maria Helena. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, em 2008 foram registrados no Brasil aproximadamente 20 mil casos de leishmaniose cutânea.

Tuberculose
O segundo projeto de escalonamento executado pelo grupo do LDPB está relacionado com uma nova vacina de DNA contra a tuberculose, desenvolvida por pesquisadores da FEQ e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vinculada à USP. A ação atual está sendo realizada dentro do programa denominado Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), mantido pela Fapesp. Este Pipe é coordenado por Lucimara Gaziola de La Torre, atualmente professora da FEQ, que na sua tese de doutorado desenvolveu o veículo transportador da vacina. De acordo com a professora Maria Helena, os trabalhos estão se encaminhado para a fase final com sucesso. “Creio que em pouco tempo o processo já deva estar escalonado, com capacidade de produção para os ensaios clínicos e aplicação por parte da indústria”. O processo a que se refere a especialista envolve igualmente a produção de nanopartículas de lipossomas capazes de carrear e liberar o fármaco de forma controlada no organismo humano.

Os testes laboratoriais, também realizados com modelos animais, mostraram que o biofármaco, que já foi igualmente patenteado, tem capacidade de prevenir a tuberculose, moléstia que atinge cerca de 130 mil pessoas a cada ano no Brasil. A vacina de DNA, conhecida ainda como gênica, é considerada mais eficaz e segura do que a vacina convencional, normalmente preparada a partir de uma parte atenuada do agente causador da doença. Em ambos os casos, o objetivo do fármaco é induzir o sistema imunológico humano a produzir defesas contra o bacilo da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis), mais conhecido por “bacilo de Koch”, por ter sido identificado pela primeira vez em 1882 pelo cientista alemão Robert Koch.

No que se refere à terapêutica gênica, porém, a ação do biofármaco cumpre um processo mais complexo. No lugar de uma proteína, ele veicula a informação genética extraída do micro-organismo. É essa informação genética que atua diretamente no interior da célula onde o bacilo fica alojado. A vacina tem a função de induzir a produção da proteína micobatecteriana e estimular de forma específica os linfócitos que combaterão a infecção causada pelo agente patogênico. De acordo com a professora Maria Helena, a previsão é de que a vacina inovadora seja aplicada em dose única, por via nasal.

Campinas, 28 de setembro a 4 de outubro de 2009 – ANO XXIV – Nº 443

Fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2009/ju443_pag03.php#

Pesquisa mostra como micotoxinas migram do cacau para o chocolate


Diferentemente das bactérias, que possuem estrutura simples e sem núcleo delimitado, os fungos são microorganismos que apresentam uma estrutura celular semelhante à do ser humano, embora com metabolismos diferentes. Durante sua multiplicação, os fungos podem dar origem a metabólitos secundários, alguns deles benéficos, caso da penicilina, utilizada como antibiótico, e outros maléficos, como as micotoxinas. Estas constituem metabólicos tóxicos com efeitos mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos.

Pesquisas conduzidas no Brasil e no exterior têm comprovado o desenvolvimento de fungos principalmente durante os vários dias da secagem das amêndoas de cacau, etapa que ocorre após a fermentação. Além da deterioração e consequente influência na qualidade do cacau e do chocolate, a presença de fungos vem sendo correlacionada a aspectos da saúde pública devido à possibilidade de formação de micotoxinas.

O Brasil se encontra entre os cinco maiores produtores mundiais de cacau e tem parte de sua produção destinada à exportação após determinados processos industriais. Com a globalização da economia, a qualidade dos produtos relacionada à segurança alimentar é determinante na sua aceitação. Apesar disso, inexistem no país dados sobre ocorrência e condições em que as micotoxinas são produzidas no cacau e derivados.

Com vistas à segurança da população e o descortino de novos mercados consumidores para os produtos brasileiros derivados do cacau, a veterinária Marina Venturini Copetti, atualmente professora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), da cidade gaúcha de Itaqui, desenvolveu pesquisa relacionada a ele. O trabalho teve como objetivo acompanhar as diferentes etapas do processamento do cacau, desde a abertura dos frutos, passando pelo processamento primário nas fazendas e secundário nas indústrias processadoras, até a obtenção do chocolate, de maneira a avaliar as inter-relações existentes nas diferentes fases que determinam a ocorrência de fungos e consequentemente de micotoxinas nos produtos envolvidos.

A pesquisa deu origem à tese de doutorado que analisa fungos e micotoxinas do cacau ao chocolate, apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (FEA), orientada pelo professor José Luiz Pereira. O estudo, co-orientado pela pesquisadora Marta H. Taniwaki, foi realizado em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), onde foi desenvolvida a maior parte dos experimentos. Durante o trabalho, Marina realizou estágio de doutorado na Denmark Technical University (DTU), em Lyngby, na Dinamarca, orientado pelo professor Jens Frisvad, onde foram realizados estudos de metabólitos secundários de alguns fungos isolados de cacau. A pesquisadora contou também com a colaboração da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), fazendas e empresas processadoras de cacau.

São várias as micotoxinas conhecidas e cada uma delas tem um sítio específico de ação. Uma das mais conhecidas são as aflatoxinas, cuja ocorrência está relacionada ao amendoim; elas podem desencadear problemas hepáticos e até desenvolvimento de tumores. Outra micotoxina bastante estudada é a ocratoxina A, de ocorrência relacionada a cereais e café, com ação nos rins. Como as micotoxinas são muito estáveis, podem originar problemas de saúde mesmo em quantidades baixíssimas.

Data de cerca de quatro anos a preo­cupação maior em estabelecer limites internacionais para o grau de tolerância de micotoxinas no cacau. Como os grandes centros de pesquisa estão na Europa e EUA, onde não há produção de cacau, o que lá se detecta é principalmente a presença dessas toxinas em algumas amostras de chocolate ou nos produtos já processados adquiridos por essas comunidades. Assim, não existem trabalhos que acompanham todas as fases de processamento de cacau que permitam determinar o período crítico do surgimento dos fungos toxigênicos, bem como o da formação de micotoxinas e, em consequência, o que pode ser feito para contornar o problema ou minimizá-lo.

O caminho percorrido
Para o desenvolvimento da tese foi necessário, primeiramente, coletar amostras de cacau nas fazendas no sul da Bahia, principal região cacaueira do Brasil.

O fruto colhido é do tamanho de um mamão e tem cerca de 40/50 sementes envolvidas por uma polpa branca. O termo cacau pode ser atribuído tanto ao fruto quanto à semente. Uma vez rompida a casca do fruto, as sementes envolvidas pela polpa são colocadas em caixas de fermentação, onde a polpa servirá de substrato para o desenvolvimento de microorganismos, essenciais para a formação dos precursores do sabor de chocolate. No processo, que dura cerca de seis dias, desenvolvem-se inúmeros microorganismos, constituídos, inicialmente, de leveduras, depois bactérias lácticas e acéticas; e, nos últimos dias, podem surgir fungos filamentosos.

As amêndoas são então submetidas a um período de secagem, em geral nas chamadas barcaças, ficam ao sol durante o dia, sendo recobertas por um telhado móvel à noite. Nesse período, que dependendo das condições climáticas pode variar de 10 a 21 dias, ocorre a diminuição da umidade da semente, o que a torna estável microbiologicamente, ou seja, os microorganismos não são capazes de se proliferar mesmo na ausência de refrigeração. Marina constatou que esta fase é crítica para a proliferação de fungos e que, se as espécies toxigênicas estiverem presentes, podem levar à síntese das micotoxinas.

Ao chegar à indústria, o cacau é limpo superficialmente e sofre tratamento térmico para a remoção da casca protetora que retém grande parte da contaminação tanto de toxinas quanto de microrganismos, o que foi verificado pela análise da amêndoa e da casca. Na sequência, a amêndoa é quebrada em pedaços, originando os chamados nibs, que, submetidos à moagem dão origem, devido ao alto conteúdo de gordura e temperatura no processo, a um produto pastoso denominado liquor . Do liquor prensado surge uma fase sólida não gordurosa, a torta, e ocorre a eliminação da manteiga de cacau, que é o produto mais nobre, utilizada tanto para a produção de chocolates quanto de cosméticos.

Da torta moída origina-se o cacau em pó, que é submetido à alcalinização para facilitar a solubilidade em leite e que em geral chega ao mercado com adição de açúcar. Apesar da baixa presença de fungos nestas etapas industriais – uma vez que eliminados durante o processamento –, as micotoxinas depois de formadas permanecem estáveis durante todas as etapas, aderidas à fração sólida não-gordurosa, e são detectadas também no produto final, seja este chocolate ou cacau em pó.

Com a colaboração de seus orientadores, Marina seguiu o caminho do cacau, do fruto colhido ao chocolate encontrado na gôndola do supermercado, o que a leva a afirmar: “Trabalhamos com as sementes recolhidas dos frutos recém-abertos, acompanhando seu processo de fermentação, sua secagem, embalagem e armazenamento; checamos também as fases de extração da casca da amêndoa, a obtenção dos nibs, sua moagem e formação do liquor, a obtenção da torta, da manteiga, a produção do chocolate e colhemos amostras dos chocolates mais vendidos em supermercados. Em cada uma destas fases, analisamos a presença de fungos e micotoxinas”. O desenvolvimento desse trabalho exigiu análises de cerca de 500 amostras.

As descobertas
Os pesquisadores observaram inicialmente o surgimento de uma diversidade de fungos na fase da colheita ao ensacamento das amêndoas. Embora observassem alguns fungos, que podem originar micotoxinas já na etapa de fermentação, estes apareciam em quantidades mínimas. Os fungos toxigênicos proliferavam significativamente durante a secagem. Mas eles detectaram um problema maior: embora os fungos pudessem ser eliminados no processamento do cacau, as toxinas, por serem estáveis, se mantiveram inalteradas até o fim do processo industrial.

No desenvolvimento do trabalho, constataram que no cacau que saiu das fazendas a presença de micotoxinas em geral foi baixa quando seguidos os processos fermentativos tradicionais. O problema pode se agravar com a mistura do cacau brasileiro com o importado de baixa qualidade. Marina afirma que se o chocolate produzido no Brasil fosse processado a partir de frutos sadios, seguindo-se o período de fermentação, e não resultasse de adição de cacau de má qualidade importado, a presença das micotoxinas seria irrisória, pois, mesmo com a mistura, as quantidades detectadas são pequenas, em média abaixo de 0,5 µg/Kg de chocolate. Os organismos internacionais de controle atualmente estudam o estabelecimento de um limite máximo para ocratoxina em cacau e produtos de 1,0 µg/Kg. Foi observado ainda que praticamente toda a micotoxina concentra-se na torta de cacau e não na manteiga, tornando o chocolate branco quase que isento de contaminação.

Ao ser levada a verificar porque determinadas amêndoas produzidas no Brasil apresentavam contaminação maior por ocratoxina, Marina constatou que o problema tem origem em prática incorreta. Alguns fazendeiros têm adotado a prática de não fermentar as amêndoas, que são levadas diretamente para secagem. Esta prática impede o desenvolvimento de alguns microrganismos que secretam ácidos que inibiriam a multiplicação de fungos toxigênicos. Nestes casos, proliferam os fungos e há um maior nível de toxina produzida. Esse procedimento, diz ela, é adotado principalmente porque permite o ganho de tempo e a redução do trabalho com a eliminação da etapa de fermentação. Além disso, em algumas fazendas, parte da polpa é retirada para produção de geléias e sucos.

Marina Venturini Copetti revela muita satisfação em relação aos resultados alcançados: “Fizemos experimentos que nos possibilitaram concluir que a fermentação com a polpa é importante para evitar a ocorrência da ocratoxina, o que nos permitiu deduzir o importante papel dos ácidos orgânicos formados no processo, pois possivelmente são eles que inibem a multiplicação dos fungos. Constatamos que o desenvolvimento de fungos toxigênicos ocorre de maneira determinante na secagem, pois encontram umidade adequada e não têm competidores. Percebemos que praticamente toda a toxina fica no cacau e uma percentagem muito pequena vai para a manteiga. Vimos que essa toxina se mantém estável durante todos os processamentos e que, uma vez produzida, chega até o produto final. Por tudo isso, foi um trabalho que eu gostei muito de realizar”.

Para atenuar a ocorrência de fungos, Marina sugere a fermentação apropriada do cacau, a limpeza das barcaças, removendo os resíduos das secagens anteriores e uma secagem das amêndoas em um período não muito prolongado, se necessário com utilização de secadores artificiais, para evitar maior tempo de multiplicação fúngica pela presença de umidade, mas de forma a permitir que os ácidos que se formaram durante a fermentação possam ser volatilizados, sem o que as amêndoas teriam seu sabor comprometido.

Como a Europa se prepara para estabelecer uma legislação restritiva à presença de micotoxinas no cacau que lhes chega, ela teme que se o Brasil não fizer o mesmo em tempo hábil lhe possa ser vendido o produto de qualidade inferior, rejeitado por aqueles mercados.

Campinas, 28 de setembro a 4 de outubro de 2009 – ANO XXIV – Nº 443

Fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2009/ju443_pag05.php

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Estudos revelam existência de água em Marte e na Lua


24/09/2009 - 03h20

Washington, 23 set (EFE).- A Lua e Marte, corpos do sistema solar que se acreditava eram absolutamente áridos, na realidade contêm água, segundo revelam estudos baseados em observações de instrumentos da Nasa divulgados hoje pela revista Science.

No caso de Marte, os instrumentos e câmaras da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) indicam que em crateras de meteoritos entre o polo norte e o equador marciano poderia haver sob sua superfície água que é em 99% pura, assinalou um dos estudos.

"Sabíamos que havia água sob a superfície nas latitudes altas de Marte, mas esta se estende muito mais próxima do equador que o que se achava", indicou Shane Byrne, cientista da Universidade do Arizona.

Byrne, encarregado da câmara de alta resolução instalada na sonda MRO, indicou que "o outro descobrimento surpreendente é a pureza do gelo exposto nas crateras causados pelo impacto dos meteoritos".

O cientista explicou que devido a que a água se acumula sob a superfície se pensou que esta seria uma mistura de pó e líquido.

"Mas pudemos determinar, dado o tempo que demorou o gelo em desaparecer, que a mistura é de 1% de pó e 99% de gelo", indicou.

Há 40 anos, quando os astronautas das missões Apolo da Nasa trouxeram pedras lunares as puseram em caixas que tinham filtragens.

Isto levou aos cientistas acreditarem que o ar da Terra tinha contaminado os contêineres e a descartar a ideia que pudesse haver água no satélite natural.

No entanto, Larry Taylor, da Universidade do Tennessee, assinalou no estudo que as últimas provas e experimentos científicos indicaram que essa suposição era errônea.

"Nos enganamos. Como havia filtragens nos contêineres supusemos que a água provinha do ar terrestre", assinalou.

Taylor e sua equipe de cientistas usaram um instrumento da Nasa montado no satélite indiano Chandrayyan-1 para analisar a luz que reflete na superfície lunar a fim de determinar seus materiais.

Esse instrumento detectou longitudes de onda que indicariam um enlace químico entre dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio para formar a molécula de água (H20).

Segundo o estudo, na Lua existiriam dois tipos de água: exogênica, proveniente de objetos externos como meteoritos ou cometas que fizeram impacto na superfície, ou endogênica, ou seja, proveniente de seu interior.

Taylor e sua equipe assinalam que é muito possível que a água que se detectou na lua tenha uma origem endogênica.

"Os isótopos de oxigênio que existem na Lua são iguais aos da Terra, por isso seria difícil, se não impossível, estabelecer a diferença entre a água da Lua e a água da Terra", manifestou Taylor no estudo.

Fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2009/09/24/ult1809u18080.jhtm

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Novo laboratório do IAG pesquisará origem e desenvolvimento da vida no contexto cósmico


Cristiane Sinatura / USP Online
cristiane.sinatura@usp.br

Bastante difundida no meio acadêmico e científico internacional, a astrobiologia – ciência que estuda a vida no cosmos, sob o viés de várias áreas do conhecimento – está prestes a consolidar seu espaço no Brasil. Em Valinhos, interior de São Paulo, o Observatório Abrahão de Moraes, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, vai ganhar uma câmara de simulação de ambientes extraterrestres – a primeira do tipo no Hemisfério Sul –, que já está em construção e deve entrar em funcionamento a partir de 2010.

Trata-se de um dispositivo que permite a regulação de parâmetros como radiação, pressão, composição atmosférica e temperatura, de forma a simular as condições de outros ambientes cósmicos, como meteoritos e planetas, e também da Terra primitiva. Atualmente, o grupo de astrobiologia do IAG, coordenado pelo professor Eduardo Janot Pacheco, realiza experimentos no Laboratório Nacional de Luz Síncroton, em Campinas.

Douglas Galante, pós-doutorando em astrobiologia no IAG e um dos primeiros doutores brasileiros na área, explica que, com a nova câmara em Valinhos, será possível explorar de maneira mais complexa e precisa a origem, o desenvolvimento e a manutenção da vida. Para isso, serão submetidos aos ambientes simulados micro-organismos capazes de sobreviver em situações extremas – os extremófilos -, coletados em regiões como o deserto de Atacama, no Chile, a Antártica e os Andes.

A câmara será aberta a toda a comunidade científica que submeta projetos de pesquisa. Futuramente, servirá também ao curso de graduação em astronomia do IAG, por meio de oficinas nas quais os alunos poderão realizar experimentos ao longo de uma semana. E, como o observatório de Valinhos recebe visitas da comunidade não-científica, a idéia é que a câmara possa também ser aberta à visitação, como forma de divulgação científica e expansão da astrobiologia. “Queremos transformar o Observatório de Valinhos em um polo de pesquisa e ensino na USP, com um grande potencial a ser explorado”, afirma Galante.

Interdisciplinaridade e parcerias
Junto à câmara, será construído também um laboratório de química e biologia, para a manipulação adequada dos extremófilos, já que as amostras são altamente sensíveis a contaminações. Isso reforça a inter e multidisciplinaridade que caracteriza a astrobiologia, que inclui também conhecimentos da física e da geologia.

O projeto da câmara teve origem a partir dos estudos do grupo de astrobiologia do IAG, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para a construção da câmara, o grupo conta com o apoio da Escola Politécnica (Poli) da USP, responsável pelo projeto mecânico e eletrônico. Financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a câmara terá custos de um milhão de reais.

Em seus estudos, o grupo do IAG também tem parcerias com o Instituto Oceanográfico (IO) da USP, a Pontifícia Universidade Católica do Chile, a Nasa, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Universidade Mauá. Com a Nasa, o grupo mantém um projeto de lançar extremófilos em balões. Já com a Universidade Mauá, os planos são de construir um satélite para experimentos biológicos.

Atualmente, o grupo está envolvido em projetos que estudam a origem da vida e a bioquímica em gelos cometários, a resposta biológica de micro-organismos em ambiente espacial e marciano, e também em ciência aplicada, para o desenvolvimento de materiais de uso espacial. Uma das principais teorias trabalhadas pelo grupo é a da panspermia, que colocam os meteoros e cometas como o “meio de transporte” pelo qual formas de vida bastante simples teriam chegado à Terra, há bilhões de anos.

Interessados em saber mais sobre as pesquisas em astrobiologia do IAG podem entrar em contato pelo telefone (11) 3091-2815 ou pelo email douglas@astro.iag.usp.br.Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Fonte:http://www4.usp.br/index.php/ciencias/17476-revisado-novo-laboratorio-do-iag-pesquisara-origem-e-desenvolvimento-da-vida-no-contexto-cosmico

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Câncer e malária norteiam pesquisas de grupo de química orgânica de São Carlos


Cristiane Sinatura / USP Online
cristiane.sinatura@usp.br

No fundo do mar. É lá que podem estar substâncias importantes para o tratamento de doenças como câncer, tuberculose, malária, leishmaniose e mal de Chagas. E é lá que o Grupo de Química Orgânica de Produtos Naturais (GQOPN), do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, concentra parte de suas pesquisas. O objetivo é a descoberta de substâncias químicas presentes em invertebrados e micro-organismos, com potencial de aplicação farmacológica e biotecnológica.

Membros do grupo mergulharam no litoral paulista e baiano e coletaram amostras de invertebrados como esponjas, ascídias, octocorais e briozoários, conforme conta o professor Roberto Berlinck, coordenador do GQOPN. Gradualmente, as amostras estão sendo submetidas a testes em outras instituições acadêmicas, com o intuito de identificar substâncias com potencial farmacológico. E quando elas são enviadas de volta aos laboratórios do IQSC, o GQOPN busca isolar as substâncias com atividades farmacológicas, para compreender por que algumas são ativas e outras não.

Até o momento, o estudo mais promissor realizado pelo grupo aconteceu em parceria com a Universidade da Columbia Britânica (UBC) no Canadá, entre 1997 e 1998. Foram isoladas substâncias da ascídia Didemnum granulatum, coletada no litoral paulista. Estas substâncias provavelmente se associam à filtração de raios ultravioletas, como um mecanismo de proteção da ascídia, cujo habitat são superfícies aquáticas expostas à luz.
Em testes laboratoriais, duas substâncias específicas, a granulatimida e a isogranulatimida, apresentaram alto potencial de inibição do desenvolvimento de células cancerígenas, de maneira bastante seletiva, sem efeitos tóxicos aparentes. Aprovada em 2001, a patente dos estudos foi licenciada a uma indústria farmacêutica canadense, após concordância da USP e UBC. Atualmente, as substâncias seguem em fase de testes em laboratório.

O professor Berlinck conta que, no Brasil, existem apenas dois medicamentos regulamentados produzidos a partir de organismos da biodiversidade nacional. Um deles, o captopril, indicado para pressão alta, foi desenvolvido a partir do veneno da jararaca. O outro é o fitofármaco Acheflan, de aplicação anti-inflamatória, produzido com extrato da planta Cordia verbenacea, conhecida como erva-baleeira. Para ele, a fauna da costa brasileira ainda é pouco conhecida e explorada do ponto de vista químico e farmacológico, um dos motivos que levaram o GQOPN a centrar suas pesquisas no litoral.

Sobre a aplicação farmacológica de novas substâncias no tratamento de doenças específicas, o professor explica que “tanto o câncer como a tuberculose necessitam de uma busca contínua por novas alternativas, por conta da aquisição de resistência aos medicamentos atuais. Já doenças como malária, mal de Chagas e leishmaniose são típicas de populações menos favorecidas - o que quer dizer que há pouco investimento da indústria farmacêutica na produção de medicamentos para o tratamento destas doenças, por conta do baixo retorno financeiro”.

Os projetos do GQOPN envolvem alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, e acontecem em parceria com outras instituições, dentre as quais estão a UFSCar, a UFRJ, a UFPR, a Unesp em Araraquara e a USP em Ribeirão Preto. Mais informações sobre as pesquisas do GQOPN podem ser obtidas na página do grupo na internet.

FONTE:http://www4.usp.br/index.php/ciencias/17366-cancer-e-malaria-norteiam-pesquisas-de-grupo-de-quimica-organica-de-sao-carlos

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MCT apoia criação de Núcleo de Estudos do Mar em São Vicente-Baixada Santista-"SCIENTIA VINCES"


03/09/2009

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) anunciou na quarta-feira (02/09) seu apoio ao projeto da Unesp “Núcleo de Estudos Avançados do Mar- Um olhar para o pré-sal”.

O centro, que será instalado no Câmpus do Litoral Paulista da Universidade, em São Vicente, congregará 117 pesquisadores de diversas unidades da instituição e será voltado para o desenvolvimento de estudos nas áreas de Geologia, Oceanografia, Recursos Naturais, Recursos Pesqueiros e Meio Ambiente.

A iniciativa busca dar subsídios técnicos para a exploração de fontes de energia, como o petróleo localizado na região do pré-sal, sem perder o foco da conservação ambiental.

O projeto visa a formação de profissionais, sobretudo aqueles voltados à área de petróleo. Em um primeiro momento, pretende-se criar cursos de pós-graduação para a formação de recursos humanos qualificados nas atividades de pesquisa, inovação tecnológica e desenvolvimento de produtos e também nos processos e serviços relacionados ao mar.

O núcleo terá um conjunto de laboratórios que serão utilizados na forma de multiusuários e equipamentos de grande e médio porte. O projeto está orçado em cerca de R$ 30 milhões.

Seu caráter multidisciplinar possibilita também a criação de novos produtos a partir da biodiversidade, como também o estabelecimento de políticas públicas adequadas para o crescimento econômico da região.

O centro foi idealizado pelo reitor Herman Jacobus Cornelis Voorwald após uma conversa no gabinete do ministro Sergio Machado Rezende, em julho. A proposta encaminhada ao MCT foi elaborada pela Pró-Reitoria de Pesquisa.

"A unidade servirá de treinamento para a juventude da região. Os jovens que se formam em São Vicente e cidades próximas terão a oportunidade de se qualificar para atuar nos mais diversos segmentos que devem surgir a partir da exploração do pré-sal, por exemplo. Logicamente, teremos também demanda nas áreas de gestão de portos e, principalmente, em engenharia em ciências biológicas", destacou o reitor.

A Baixada Santista Merece-"Scientia Vinces"-VenceráS pela Ciência


fonte:http://www.unesp.br/int_noticia_imgesq.php?artigo=4500
Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tabela Periódica Grástis


Esse link leva a um site da Associação Britânica de Indústrias Farmacêuticas onde é possível pedir,gratuitamente,uma tabela periódica(imagem preferida dos químicos(as)).
Aproveitem e usem com moderação,pois é possível escolher a quantidade de tabelas a serem enviadas.

http://www.blogcatalog.com/blog/amostras-gratis-e-brindes-gratis/03c235d5a3598ac76befbae0615d833f

Sigam os seguintes passos para solicitar a sua:

1) Clicando no Link você irá direto para a página de pedido da Tabela.
2) Em "Quantity" coloque a quantidade de tabelas que você quer. Vamos pedir com moderação, para que muitas pessoas possa usufruir do brinde galera!
3) Clique em Add do basket ( Adicione a cesta )
4) Confira se "The Periodic Table of Elements" está na sua lista de pedidos.
5) Em P&P for delivery to selecione a opção Rest Of Word ( Resto do mundo )
6) Clique em CheckOut
7) Preencha seus dados e clique em Continue
8) Confira se seu endereço está certo e clique em Continue
9) Pronto! Seu pedido foi feito. Agora é só aguardar...

domingo, 2 de agosto de 2009

Artigos-LÍQUIDOS IÔNICOS CONTENDO O CÁTION DIALQUILIMIDAZÓLIO: ESTRUTURA, PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E COMPORTAMENTO EM SOLUÇÃO


Esse artigo é sobre os líquidos iônicos,possivelmente o futuro em termos de solventes orgânicos,já que sua toxidade é baixa e problemas ambientais estão na vanguarda das pesquisas.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422001000600021&script=sci_arttext

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Notícias-IQ-Unicamp desenvolve papel indicador de pH à base de frutas


"Papel indicador de pH universal usando papel de filtro qualitativo impregnado com extratos alcoólicos de frutas contendo antocianinas" é o nome de uma patente depositada pela Unicamp na Agência de Inovação (Inova), pronta para entrar em escala comercial. De autoria das pesquisadoras do Instituto de Química (IQ), Adriana Vitorino Rossi e Daniela Brotto Lopes Terci, o trabalho descreve papéis indicadores de pH, tiras de papel impregnadas com quatro corantes indicadores ácido-base.

Esses papéis podem ser usados em laboratórios para uma rápida obtenção de informação relacionada à concentração de ácido ou de base de diversos tipos de amostras. Seu princípio de ação é que o papel muda de cor em função do pH.

De acordo com Adriana, investigadora principal, normalmente no procedimento que se realiza para obter papel indicador de pH são utilizados indicadores sintéticos na impregnação. "E a etapa de secagem deve ser controlada sob atmosfera inerte e condições constantes", acrescenta.

As pesquisadoras do IQ desenvolveram o papel indicador de pH universal pela impregnação de papel de filtro qualitativo com extratos vegetais de Morus nigra (amora), Myrciaria cauliflora (jabuticaba), Syzygium cuminii (jabolão) e Vitis vinifera (uva), frutas encontradas em profusão em praticamente todas regiões brasileiras. "O desempenho do produto foi muito satisfatório e comparável aos produtos comerciais. É uma boa opção para escolas ou laboratórios com pouca infra-estrutura", diz.

As antocianinas, pigmentos naturais responsáveis por uma variedade de cores atrativas observadas nas flores, folhas e frutas – como azul, vermelho, violeta, rosa e laranja – têm propriedades curiosas, como o fato de mudar de cor diante de ácidos ou bases. A mais antiga definição de ácidos foi dada em 1663, por Robert Boyle, como ácidos que modificavam extratos de plantas para o vermelho, descrevendo indicadores de extratos de violetas, repolho roxo, rosas, pau-brasil e outras. O uso de indicadores naturais foi utilizado por mais de 200 anos, até o aparecimento de indicadores sintéticos.

Aproveitando a propriedade das antocianinas mudarem de cor com o pH, a pesquisa da professora Adriana agregou ainda a possibilidade de simplificar a obtenção de papel indicador de pH, empregando materiais naturais. Conheça outra patente do IQ desenvolvida por Adriana.

fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/2004/07/22/iq-desenvolve-papel-indicador-de-ph-a-base-de-frutas-0

Notícias-Aditivo reduz emissão de fuligem em motor diesel


O cério, metal abundante no Brasil, é a base de um novo aditivo para reduzir emissões de fuligem em motores movidos a diesel e biodiesel e que foi desenvolvido em pesquisa da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. O trabalho do químico Luciano Ferroni Gomes mostra que o aditivo pode ser usado nos veículos por meio de um sistema eletrônico, que dosaria a aplicação conforme os níveis de emissão.

De acordo com o químico, a idéia de elaborar o produto surgiu com o aumento do interesse em ampliar a participação do biodiesel na matriz energética brasileira, a partir de 2004. “Motores a compressão, como os que utilizam diesel e biodiesel, emitem uma quantidade muito grande de material particulado”, aponta. “O desenvolvimento do aditivo seria uma forma de reduzir as emissões”.

O principal componente do aditivo é o cério, metal com grande aplicação em processos catalíticos. “O Brasil possui uma das cinco maiores jazidas mundiais de cério”, ressalta Gomes. Na pesquisa foi desenvolvida uma substância com características similares às do diesel que, ao se combinar ao cério, proporciona um aumento da solubilidade do metal no combustível. “A queima do aditivo na câmara de combustão do motor produz óxido de cério, que é o principal responsável pela redução das emissões”.

O pesquisador desenvolveu um método analítico para medir a emissão de material particulado. Um filtro foi acoplado ao escapamento do motor de um grupo gerador. “Após o motor ser colocado em funcionamento, era medida a reflexão de luz do filtro para indicar a quantidade de fuligem acumulada”, conta o químico. No teste dinâmico, foram testadas misturas de combustível com 100% de diesel comum e 2,5%, 15% e 30% de biodiesel. A concentração de aditivo variou entre 2 e 6 miligramas por litro. “A reflexão foi maior nas misturas aditivadas, apontando a queda nas emissões”.

Velocidade
Além da caracterização físico-química do aditivo, também foi realizado um teste estático com a adição de um material carbonáceo conhecido como “negro de fumo”. “A mistura passou por uma análise térmica para verificar a velocidade da queima da fuligem”, diz o pesquisador. “A temperatura de queima baixou de 650 para 500 graus com a aditivação, comprovando seu efeito na aceleração do processo”.

Para o aditivo chegar ao mercado, Gomes afirma que será necessário manter uma planta piloto para sua produção, além da realização de parcerias para fazer testes veiculares. “Os experimentos são necessários para verificar sua eficiência nos veículos a diesel e biodiesel, além de permitirem descobrir se existem efeitos não-esperados em sua utilização”, explica.

Segundo o químico, a principal vantagem do aditivo é a sua solubilidade ao combustível. “Ao mesmo tempo, seus ganhos podem ser aumentados se ele for combinado com a tecnologia já existente para controle de emissões, a de colméias cerâmicas acopladas aos canos de escapamentos”, destaca. O pesquisador aponta que a aplicação do aditivo seria feita por um dispositivo eletrônico acoplado a um reservatório no veículo.

“Esse sistema mediria as emissões de fuligem e a partir dessas informações, dosaria a aplicação”, planeja. “O aditivo seria aplicado em quatro pontos: no tanque de combustível, na câmara de combustão, antes da colméia cerâmica e após a colméia”. A pesquisa de Gomes faz parte de tese de Doutorado apresentada na FFCLRP, orientada pelo professor Osvaldo Antonio Serra, do Departamento de Química.

fonte:http://www4.usp.br/index.php/ciencias/17041-aditivo-reduz-emissao-de-fuligem-em-motor-diesel

quinta-feira, 16 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nobel Química 2000-Hideki Shirakawa (1936 - )


Químico japonês nascido em Tóquio, Japão, pesquisador em condutividade nos polímeros e ganhador do Nobel de Química (2000), prêmio dividido igualmente com os cientistas norte-americanos Alan MacDiarmid, da Universidade da Pensilvânia e Alan Heeger da Universidade da Califórnia, pela descoberta conjunta dos polímeros condutores de eletricidade.. Doutorou-se em química pelo Instituto de Tecnologia de Tóquio (1966), e imediatamente passou a lecionar química no Instituto de Ciência dos Materiais da Universidade de Tsukuba, no Japão, chegando a professor associado (1979). Suas pesquisas no campo dos polímeros, especialmente do acetileno, o levaram ao descobrimento das propiedades condutoras deste material ao ser misturado con outras substâncias. Esta descoberta chegou ao conhecimento do químico neozelandês Alan MacDiarmid e do físico estadunidense Alan Heeger, que iniciaram com o japonês uma frutífera interação científica que resultou na publicação conjunta d artigo Síntese de polímeros orgânicos condutores de eletricidade: derivados halógenos do poliacetileno (CH)n, no prestigiado Journal of Chemical Society (1977), ponto de partida para o trio faturar o último Nobel de química do século XX. Aposentado como Professor do Institute Ciências dos Materiais Science da University of Tsukuba (1982), continuou no mesmo instituto com a cátedra de profesor emérito. Trata-se da segunda vez que um japonês recebe o prêmio Nobel de Química. O primeiro (1981) foi recebido por Kenichi Fukui, que o compartilhou com o estadunidense Roald Hoffmann.

Nobel Química 2000-Alan Graham MacDiarmid (1927 - 2007)


Químico neozelandês nascido em Masterton, Nova Zelândia e naturalizado estadunidense, co-descobridor do campo de condutividade elétrica nos polímeros, mais conhecidos como metais sintéticos, de um sem-número de possibilidades de uso na indústria. Formou-se na University of New Zealand e doutorou-se pelas Universidades de Wisconsin (1953). Casou-se com Marian Mathieu (1954) com quem teria quatro filhos, Heather McConnell, Dawn Hazelett, Duncan MacDiarmid e Gail Williams, e de quem enviuvaria (1990). Defendeu um novo doutorado em Cambridge (1955) e logo foi contratado para lecionar química na Universidade da Pensilvânia (1956). Durante 20 anos dedicou-se exclusivamente a estudos sobre a condutividade em polímeros, particularmente a síntese, química, dopagem, eletroquímica, condutividade, magnetismo e propriedades ópticas, especialmente com poliacetileno e polianilina. Químico responsável pela dopagem eletroquímica do poliacetileno, (CH)x, o protótipo dos polímeros condutores (1977), e a redescoberta da polianilina, o mais importante polímero condutor industrial da atualidade, e posteriormente começou a pesquisar (SN)x (1973) e em polímeros condutores orgânicos (1975). O trabalho em colaboração com o Dr. Hideki Shirakawa, do Tokyo Institute of Technology e Alan Heeger, então do Department of Physics at the University of Pennsylvania, foi fundamental para a rápida evolução das descobertas em condutividade metálica em polímeros orgânicos. Autor e co-autor de aproximadamente 600 papers e proprietário de 20 patentes, recebeu numerosos prêmios e honrarias nacionais e internacionais como o American Chemical Society Award in Materials Chemistry (1999). Foi ganhador do Nobel de Química (2000), juntamente com o compatriota Alan Heeger da Universidade da Califórnia e o japonês Hideki Shirakawa, da Universidade de Tsukuba (Japão), pela descoberta conjunta dos polímeros condutores de eletricidade. Casou-se novamente (2005), então com Gayl Gentile. Sofrendo de um tipo raro de leucemia, um dos cientistas mais importantes do mundo em seu tempo, decidiu passar as últimas semanas de vida na sua terra natal, ao lado dos amigos e familiares, mas morreu antes de voltar para a Nova Zelândia, aos 79 anos de idade, em sua casa de Drexel Hill, Philadelphia, Pennsylvania, e foi enterrado no Arlington Cemetery Co, em Drexel Hill, Pennsylvania, deixando uma viúva e mais nove netos. De grande admiração pelo Brasil, este cientista teve uma relação muito intensa com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, envolvendo a Empresa com diversos parceiros de pesquisa, como as Universidades de São Paulo-USP e de São Carlos-UFCar. Participando ativamente da formação de quadros, pesquisas e desenvolvimento da Embrapa Instrumentação Agropecuária, São Carlos, interior do Estado de São Paulo, ali ajudou a criar o Instituto Alan MacDiarmid de Inovação e Negócios, destinado a desenvolver inovações e negócios na cadeia do agronegócio, utilizando a experiência da Unidade, baseada na cooperação internacional e nas parcerias com outras instituições de ensino, de pesquisa e com a iniciativa privada. Uma das tecnologias da Embrapa desenvolvidas com a sua colaboração foi a Língua Eletrônica, que leva em sua composição polímeros condutores de eletricidade. A Língua Eletrônica é equipamento com uma estrutura formada a base de sensores que diferenciam sem dificuldade os padrões básicos de paladar, doce, salgado, azedo e amargo, em concentrações muito abaixo do limite de detecção do ser humano, pois o mesmo é dez mil vezes mais sensível que o nosso paladar. Até próximo de sua morte, ele esteve envolvido em uma série de projetos de pesquisa da Embrapa relacionados à agroenergia e à energia renovável, programas brasileiros de que era grande entusiasta e participante ativo. Além do Nobel, foi agraciado com prêmios em diversos países, como Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e China. Publicou mais de 600 artigos científicos nas mais prestigiosas revistas, além de possuir mais de 25 patentes no campo dos polímeros orgânicos condutores. Entre suas mais conhecidas publicações citam-se:
1) Chiang, C.K., Druy, M.A., Gau, S.C., Heeger, A.J., Louis, E.J., MacDiarmid, A.G., Park, Y.W., Shirakawa, H., Synthesis of Highly Conducting Films of Derivatives of Polyacetylene, (CH)x , J. Am. Chem. Soc. 1978, 100, 1013;
2) MacDiarmid, A.G., Chiang, J.-C., Richter, A.F., Epstein, A.J. (1987), Polyaniline: A New Concept in Conducting Polymers, Synth. Met., 18, 285;
3) Kaner, R.B., MacDiarmid, A.G. (1988), Plastics That Conduct Electricity, Scientific American, February, 106;
4) MacDiarmid, A.G., Epstein, A.J. (1991), 'Synthetic Metals': A Novel Role for Organic Polymers, Macromol. Chem., 51,11;
5) MacDiarmid, A.G., Epstein, A.J. (1991), Science and Technology of Conducting Polymers, in Frontiers of Polymer Research, P.N. Prasad and J.K. Nigam, Eds., Plenum Press, New York, p. 259;
6) Wang, Z.H., Li, C.; Scherr, E.M., MacDiarmid, A.G., Epstein, A.J. (1991), Three Dimensionality of 'Metallic' States in Conducting Polymers: Polyaniline, Phys. Rev. Lett. 1991, 66, 1745;
7) MacDiarmid, A.J., Epstein, A.J. (1994), The Concept of Secondary Doping as Applied to Polyaniline, Synth. Met., 65, 103.

Nobel Química 2000-Alan J. Heeger (1936-)


Químico norte-americano nascido em Sioux City, Estados Unidos, especialista em condutividade nos polímeros. B.S. (1957) com High Distinction, University of Nebraska, doutorou-se pela Universidade da Califórnia em Berkeley (1961), e tornou-se professor da Universidade da Pensilvânia (1962), até que passou a lecionar física na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (1982), onde dirige o Instituto para Polímeros e Sólidos Orgânicos. Na UCSB (1982) já foi diretor do Institute for Polymers and Organic Solids (1982-1999) e passou a professor de materiais em engenharia (1987). Também foi nomeado professor adjunto de física da University of Utah (1988) e cientista-chefe da UNIAX Corporation (1999). Ganhador do Nobel de Química (2000), juntamente com o compatriota Alan MacDiarmid, da Universidade da Pensilvânia e o japonês Hideki Shirakawa, da Universidade de Tsukuba, Japão, pela descoberta conjunta de que o plástico, após algumas modificações, pode conduzir eletricidade. Os plásticos, conhecidos por serem isolantes elétricos, são polímeros, moléculas cuja estrutura se repete formando longas cadeias. Para se tornar um condutor, um polímero precisa 'imitar' um metal, ou seja, ter elétrons livres. Uma condição para isso é que ele possua ligações duplas conjugadas - aquelas em que ligações de carbono simples e duplas se alternam.

Nobel Química 1999-Ahmed Hassan Zewail (1946 -)


Físico egípcio nascido próximo a cidade de Damanhur, cerca de 60 km de Alexandria, ganhador solitário do Prêmio Nobel de Química (1999) por seus estudos sobre os estados de transição de reações químicas usando espectroscopia de femtosegundos. De formação básia no Maktab El Tansiq, foi admitido na Universidade de Alexandria para estudar ciências, onde se bacharelou com distinção em Química (1967). Contratado pela universidade tornou-se Mestre em Ciências em oito meses, desenvolvendo um trabalho em espectroscopia. Indicado para o Ph.D na University of Pennsylvania (1971), após obtido o grau (1973), foi para Berkeley, para ampliar suas pesquisas em espectroscopia e depois de analisar várias ofertas de trabalho como de Harvard, Chicago, Rice e Northwestern, optou por se estabelecer em Caltech (1976), no California Institute of Technology Pasadena. Anunciado vencedor do King Faisal International Prize (1988), foi receber o prêmio (1989) na Arábia Saudita e lá conheceu Dema, estudante de mestrado na Universidade de Damasco e cujo pai estava recebendo o prêmio em literatura, com quem se casaria e teria dois filhos americanos: Nabeel e Hani. Laureado em muitas oportunidades durante sua ativiade acadêmica, segue uma lista de várias delas.


Grandes Honrarias
King Faisal International Prize in Science (1989).
First Linus Pauling Chair, Caltech (1990).
Wolf Prize in Chemistry (1993).
Order of Merit, first class (Sciences & Arts), from President Mubarak (1995).
Robert A. Welch Award in Chemistry (1997).
Benjamin Franklin Medal, Franklin Institute, USA (1998).
Egypt Postage Stamps, with Portrait (1998); the Fourth Pyramid (1999).
Nobel Prize in Chemistry (1999).
Grand Collar of the Nile, Highest State Honor, conferred by President Mubarak (1999).

Atividades e Prêmios Especiais e Medalhas
Alfred P. Sloan Foundation Fellow (1978-1982).
Camille and Henry Dreyfus Teacher-Scholar Award (1979-1985).
Alexander von Humboldt Award for Senior United States Scientists (1983).
National Science Foundation Award for especially creative research (1984; 1988; 1993).
Buck-Whitney Medal, American Chemical Society (1985).
John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellow (1987).
Harrison Howe Award, American Chemical Society (1989).
Carl Zeiss International Award, Germany (1992).
Earle K. Plyler Prize, American Physical Society (1993).
Medal of the Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences, Holland (1993).
Bonner Chemiepreis, Germany (1994).
Herbert P. Broida Prize, American Physical Society (1995).
Leonardo Da Vinci Award of Excellence, France (1995).
Collége de France Medal, France (1995).
Peter Debye Award, American Chemical Society (1996).
National Academy of Sciences Award, Chemical Sciences, USA (1996).
J.G. Kirkwood Medal, Yale University (1996).
Peking University Medal, PU President, Beijing, China (1996). Pittsburgh Spectroscopy Award (1997).
First E.B. Wilson Award, American Chemical Society (1997).
Linus Pauling Medal Award (1997).
Richard C. Tolman Medal Award (1998).
William H. Nichols Medal Award (1998).
Paul Karrer Gold Medal, University of Zürich, Switzerland (1998).
E.O. Lawrence Award, U.S. Government (1998).
Merski Award, University of Nebraska (1999).
Röntgen Prize, (100th Anniversary of the Discovery of X-rays), Germany (1999).

Admissão em Associações
American Physical Society, Fellow (1982).
National Academy of Sciences, USA (1989).
Third World Academy of Sciences, Italy (1989).
Sigma Xi Society, USA (1992).
American Academy of Arts and Sciences (1993).
Académie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres, France (1994).
American Philosophical Society (1998).
Pontifical Academy of Sciences (1999).
American Academy of Achievement (1999).
Royal Danish Academy of Sciences and Letters (2000).

Diplomas Honorários
Oxford University, UK (1991): M.A.,h.c.
American University, Cairo, Egypt (1993): D.Sc.,h.c.
Katholieke Universiteit, Leuven, Belgium (1997): D.Sc.,h.c.
University of Pennsylvania, USA (1997): D.Sc.,h.c.
Université de Lausanne, Switzerland (1997): D.Sc.,h.c.
Swinburne University, Australia (1999): D.U.,h.c.
Arab Academy for Science & Technology, Egypt (1999): H.D.A.Sc.
Alexandria University, Egypt (1999): H.D.Sc.
University of New Brunswick, Canada (2000): Doctoris in Scientia, D.Sc.,h.c.
Universita di Roma "La Sapienza", Italy (2000): D.Sc.,h.c.
Université de Liège, Belgium (2000): Doctor honoris causa, D.,h.c.

Nobel Química 1998-Sir John Anthony Pople (1925 - 2004)


Físico-matemático britânico nascido em Burnham-on-Sea, Somerset, cidade com cerca de5000 habitantes, na costa oeste inglesa, que dividiu um Nobel de Química (1998) com o austríaco Walter Kohn, pelo desenvolvimento conjunto do uso de computadores na previsão de resultados experimentais, estudos esses que levaram à melhoria do conhecimento da estrutura interna da matéria. Descendente de uma família sem nenhuma tradição científica, era filho de um comerciante de roupas masculinas, Keith Pople, e de Mary Jones, ruralista, viveu com os pais até após o fim do Segunda Guerra Mundial (1946), quando tornou-se o primeiro Pople a freqüentar uma universidade. Sua primeira escola foi o Bristol Grammar School (1936-1942), onde desenvolveu seu gosto por matemática, até passar para o Trinity College (1943), em Cambridge. Trabalhou na Bristol Aeroplane Company (1945-1947),mas resolveu voltar a Cambridge para se dedicar ao estudo da matemática. Estudou também ciências teóricas como mecânica quântica, dinâmica dos fluidos, cosmologia e mecânica estatística. Diplomado (1948) e Ph.D em matemática (1951) e casou-se com Joy Bowers (1952). Ensinou e pesquisou química e matemática em Cambridge (1948-1958), deixando essa universidade para chefiar o recém fundado Basics Physics Division do National Physical Laboratory, próximo de Londres. Organizou uma conferência internacional em Oxford (1961), junto com Charles Coulson e Christopher Longuet-Higgins e aceitou o convite de Bob Parr para um ano sabático no Carnegie Institute of Technology, em Pittsburgh, USA, onde permaneceu (1961-1962) desenvolvendo pesquisas químicas. Voltou à Inglaterra (1962), mas decidiu regressar a Pittsburgh (1964). Com a fusão do Carnegie Tech e Mellon Institute (1967) em Carnegie-Mellon University, continuou como professor titular na nova instituição (1967-1993), passando também a ensinar química na Northwestern University (1986), em Evanston. Vivendo como consultor e palestrante por vários países do mundo, além do Nobel (1998) merecem destaque os prêmios Wolf (1992) e o da Sociedade Americana de Química (1998) e morreu em Chicago, Illinois, U.S. De acordo com a citação da Academia Sueca, o trabalho desenvolvido ao longo da década de 60 por esse cientista e Kohn, tem sido crucial para o desenvolvimento da química quântica, que é hoje usada em praticamente todos os ramos da química moderna. Ambos desenvolveram métodos que podem ser usados para estudos teóricos das propriedades das moléculas e processos químicos em que elas estão envolvidas. Especialmente por seu desenvolvimento de métodos computacionais que permitem a simulação de reações químicas no computador, e que hoje são amplamente usados na realização de experiências e, por exemplo, no desenvolvimento de medicamentos.

Nobel Química 1998-Walter Kohn ( 1923 - )


Físico-matemático austríaco nascido em Viena e naturalizado americano, que dividiu um Nobel de Química (1998) com o inglês John A. Pople, pelo desenvolvimento conjunto do uso de computadores na previsão de resultados experimentais, estudos esses que levaram à melhoria do conhecimento da estrutura interna da matéria. Forçado pelo nazismo fugiu para a Inglaterra e depois para o Canadá, formando-se em matemática e física na Universidade de Toronto, doutorando-se em Harvard (1948). Nos EEUU lecionou no Instituto de Tecnologia Carnegie, Pittsburgh, e na Universidade da Califórnia, em San Diego. Fundou o Instituto de Física Teórica da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara,, onde ainda pesquisa e leciona. É membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e da Royal Society da Inglaterra. Entre várias honrarias já recebeu o Oliver E. Buckley, da Sociedade de Física (1960), o Davisson-Germer (1977) e a medalha Feenberg (1991). De acordo com a citação da Academia Sueca, o trabalho desenvolvido ao longo da década de 60 por esse cientista e Pople, tem sido crucial para o desenvolvimento da química quântica, que é hoje usada em praticamente todos os ramos da química moderna. Ambos desenvolveram métodos que podem ser usados para estudos teóricos das propriedades das moléculas e processos químicos em que elas estão envolvidas. Enquanto o austríaco simplificou imenso o estudo da química quântica ao descobrir que não é necessário considerar a movimento individual de cada elétron para analisar o todo, o britânico, por seu lado, desenvolveu métodos computacionais que permitem a simulação de reações químicas no computador, e que hoje são amplamente usados na realização de experiências e, por exemplo, no desenvolvimento de medicamentos.