terça-feira, 30 de março de 2010

São Vicente doa terreno a Unesp para o "Instituto do Pré-Sal"


Agilidade. Palavra que resume a entrega do terreno localizado na Avenida Francisco Bensdorp, na Cidade Náutica, para instalação do Instituto do Mar com ênfase em Pré-Sal em São Vicente em menos de uma semana. A assinatura da escritura definitiva que firma a doação do terreno por parte da Prefeitura à Unesp, em cerimônia realizada nesta terça-feira (30/3), à tarde, no Salão Nobre do Paço, comprova isso. Por iniciativa do deputado federal Márcio França (PSB), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), por intermédio do reitor Herman Jacobus Cornelis Voorwald, o novo instituto tem a finalidade de formar uma equipe de pesquisa e tecnologia com mais de 100 profissionais que sirva como referência em estudos do mar e do pré-sal em todo o Brasil.
Na ocasião, o prefeito Tercio Garcia aproveitou para ressaltar a importância da agilidade tanto do corpo técnico da Prefeitura, do cartório, bem como da Câmara Municipal, que aprovou em tempo recorde os trâmites burocráticos para a liberação de recursos em Brasília.
“No futuro, veremos nos jornais que estudiosos do Instituto do Mar em São Vicente darão sempre suas opiniões e ajudarão a tomar as decisões referentes a essas novas descobertas,” completou o deputado federal Márcio França.
O deputado informa que apenas depois de quatro meses de negociação, o Ministério da Ciência e Tecnologia autorizou o empenho de R$ 26 milhões no orçamento da União de 2010. A conquista se deu após reunião com o ministro Sérgio Rezende, o chefe de gabinete do ministério, Alexandre Navarro e a assessora especial Ana Gabas. A viabilização do “Núcleo de Estudos Avançados do Mar – Um Olhar para o Pré-Sal”, denominação oficial do instituto, é fruto de emenda apresentada em 2009 pela bancada dos deputados federais e senadores representantes do Estado de São Paulo, com projeto idealizado por Márcio França e pelo senador Aloízio Mercadante (PT).
Já o reitor da Unesp agradeceu ao prefeito Tercio e também ao deputado Marcio França por entender a importância do instituto. “Agradeço a todos pela rapidez e por entenderem que a Unesp vem para dar o máximo de seu conhecimento nesse passo importante na história deste País, com este instituto que será referência em todo o Brasil”. Ainda segundo Herman Voorwald, a intenção é que até o final do ano as atividades estejam em pleno funcionamento.
O presidente da Câmara de São Vicente, Paulo Lacerda, aproveitou para enaltecer a maneira com que o Legislativo tratou o assunto. “Quero agradecer aos meus pares por entender a importância desse ato histórico para a nossa Cidade”.
Estiveram também presentes à cerimônia, como representantes da Petrobras, o engenheiro naval Ricardo Migueis Picado, o consultor senior Elísio Caetano, o gerente setorial de Engenharia de Produção, Antônio Zedane, o tabelião Fernando Taveira, além dos vereadores Caio França, Diogo Batista, José Soares, Tiça, Valter Vera, Marco Bittencourt, Pedro Gouvêa, José Soares, Roberto Rocha e os secretários Jânio Banith (Governo) Tânia Simões (Educação), Brito Coelho (Turismo), Clóvis Vasconcellos (Comunicação), Leo Santos (Desenvolvimento Urbano e Manutenção Viária) e Renato Caruso (Cultura).

fonte:http://www.saovicente.sp.gov.br/noticias/visualizarnoticia.asp?ID=1608

segunda-feira, 29 de março de 2010

Químico investiga ação de herbicida líder de mercado

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O Glifosato é hoje o herbicida mais usado no mundo. Apenas no Brasil, são consumidas cerca de 100 mil toneladas por ano, nas culturas de soja, cana-de-açúcar, café e cítricos, entre outras. Porém, são poucas as investigações sobre o mecanismo de ação do produto, principalmente da forma como o químico Flavio Bastos abordou em seu trabalho de mestrado apresentado no Instituto de Química (IQ). Ele analisou a ação do herbicida em água e determinou os parâmetros termodinâmicos de sua interação com íons metálicos como cobre, cálcio, zinco e alumínio. “A principal contribuição do trabalho é entender o comportamento do defensivo agrícola para propor o uso racional do produto. Não se trata de estimular a utilização, mas estabelecer parâmetros que determinem quais as melhores condições para se aplicar o produto, evitando assim seu uso de forma descontrolada e irresponsável”, explica Bastos.

Segundo o químico, os metais são micronutrientes essenciais às plantas e as interações entre eles e o herbicida têm, entre outras consequências, a menor disponibilidade destes minerais para a planta. Quando o produto é aplicado no solo, por exemplo, ele pode ser retido pelas moléculas ou eliminado. Neste último caso, pode ser absorvido pelas plantas, havendo grandes chances de vir a atingir os lençóis freáticos e causar sérios impactos ambientais. No caso de ser retido pelas moléculas presentes no solo, interfere negativamente no desenvolvimento da planta.

Uma série de fatores determina qual destes processos irá ocorrer e em que intensidade. Entre eles, a acidez do solo, a concentração do herbicida e a temperatura. “A combinação desses fatores é que vai definir tanto a eficiência quanto a fitotoxicidade do Glifosato na agricultura”, explica Bastos. Mas, a maior preocupação é com o uso inadequado do produto, que pode ocasionar uma eficiência menor que a desejada e levar o agricultor a utilizar uma quantidade maior que a necessária. Este aspecto aumenta ainda mais a sua presença no meio ambiente e se reflete em impactos ambientais maiores.

Como o Glifosato é classificado como herbicida não seletivo, ou seja, ataca qualquer tipo de planta e sua molécula interage fortemente com os íons presentes no solo, seu uso com outro tipo de defensivo agrícola, por exemplo, pode reduzir significativamente o efeito de um ou de outro produto. “Não existe consenso quanto aos mecanismos envolvidos neste processo de sua interação com os metais, por isso a importância de se entender melhor o comportamento do herbicida e avaliar as reações das quais ele participa”, esclarece Bastos. (R.C.S.)

fonte:http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2010/ju455_pag08b.php#

domingo, 28 de março de 2010

Genética ajuda a preservar a Copaíba do Cerrado paulista

Antonio Carlos Quinto / Agência USP

Estudos realizados na Estação Ecológica de Assis (EEA) em São Paulo, cuja área é de 1.760 hectares (17,6 milhões de metros quadrados), avaliaram a diversidade genética e o sistema reprodutivo de uma espécie de copaíba (Copaifera langsdorffii). O trabalho realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, traz subsídios para ações eficientes em relação à conservação e manejo da planta.

A copaíba tem propriedades medicinais e é utilizada na indústria de cosméticos. “Desde o século 17, o bálsamo extraído do tronco da planta é utilizado no tratamento de problemas respiratórios, e também como antiinflamatório e cicatrizante. Em cidades do sudeste do País, 100 mililitros (ml) do bálsamo envasado chegam a custar R$20,00. Mas devido à devastação que ocorre no Cerrado, a copaíba está em risco de extinção em diversos estados”, conta o biólogo Roberto Tarazi.

Entre os principais resultados da pesquisa está o que recomenda o número ideal de plantas numa determinada área. “Na EEA temos cerca de 57 árvores adultas em 10 hectares. Para que a planta sobreviva por mais cinco gerações sem os efeitos prejudiciais causados pelo cruzamento entre plantas aparentadas, o ideal é uma área mínima de 24 hectares com 137 plantas. Infelizmente são poucos os remanescentes de Cerrado em São Paulo que apresentam essa área mínima, o que torna o risco de extinção mais alarmante”, aponta o pesquisador.

Outra recomendação é que sejam implantados corredores ecológicos que conectem as áreas remanescentes do Cerrado, atualmente fragmentadas. “O primeiro passo para a instalação destes corredores seria respeitar a legislação, principalmente no que se refere à reserva legal e à mata ciliar. Outro passo é a recuperação dessas áreas e o uso de sistemas agroflorestais. Essas medidas auxiliariam na conservação do Cerrado e, consequentemente, da copaíba”, afirma o pesquisador, lembrando que a planta tem crescimento moderado e possui madeira de excelente qualidade, podendo ser usada em reflorestamento.

No estado de São Paulo, o Cerrado correspondia a 14% do território. Partes desta área acabaram dando espaço às pastagens (78%), à cultura de cana-de-açucar (26%) e às rodovias (19%), entre outras. “A área de Cerrado hoje corresponde a menos de 1% de sua distribuição original e sob formas de fragmentos isolados”, contabiliza Tarazi. A fragmentação do Cerrado levou à perda de habitat da copaíba e à redução no tamanho das populações, o que aumenta o grau de isolamento. “Outras consequências estão relacionadas à redução da diversidade genética”, aponta.

Aspectos genéticos
O pesquisador usou em seu estudo um marcador molecular do tipo microssatélite, conhecido como Simple Sequence Repeats (SSR). Este marcador é ideal para discriminar geneticamente cada planta, exatamente como se faz com os testes de paternidade em humanos. “Esta ferramenta nos possibilitou conhecer aspectos genéticos de como as famílias de plantas se organizam pela floresta. Ou ainda a distância que o pólen e as sementes da copaíba usualmente percorrem até se estabelecerem”, descreve Tarazi.

Os cientistas verificaram, entre outros dados, que a copaíba, como outras plantas, têm flores hermafroditas e possui a capacidade de se autopolinizar. “Mesmo tendo esta capacidade, muitas plantas dependem dos polinizadores, principalmente as abelhas, para cruzarem-se uma com as outras.”

Tarazi iniciou suas pesquisas em 2006. Em 2009 defendeu sua tese de doutorado Diversidade genética, estrutura genética espacial, sistema de reprodução e fluxo gênico em uma população de Copaifera langsdorffii, no Departamento de Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. O pesquisador contou com a orientação do professor Roland Vencovsky, do Departamento de Genética e com a colaboração do professor Paulo Yoshio Kageyama, do Departamento de Ciências Florestais.

fonte:http://www4.usp.br/index.php/meio-ambiente/18637-genetica-ajuda-a-preservar-a-copaiba-do-cerrado-paulista

LHC poderá revelar a matéria escura.(Título modificado)


Por Robert Evans
Em Genebra

A matéria escura, que os cientistas acreditam que forme até 25 por cento do universo, mas cuja existência nunca foi provada, poderá ser detectada pelo acelerador de partículas gigante da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), disse nesta segunda-feira o diretor-geral do centro de pesquisas.

Rolf-Dieter Heuer afirmou em uma entrevista coletiva que alguma evidência da matéria poderá surgir até mesmo no curto prazo a partir do acelerador de partículas destinado a recriar as condições do Big Bang, o nascimento do universo ocorrido há cerca de 13,7 bilhões de anos.

"Não sabemos o que é a matéria escura", disse Heuer, diretor do Cern que fica na fronteira entre Suíça e França, nas proximidades de Genebra.

"Nosso Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) poderá ser a primeira máquina a nos dar um insight sobre o universo escuro", disse ele. "Estamos abrindo a porta para a Nova Física, para um período de descobertas."

Astrônomos e físicos afirmam que apenas 5 por cento do universo é conhecido atualmente e que o remanescente invisível consiste de matéria escura e de energia escura, que formam cerca de 25 por cento e 70 por cento, respectivamente.

"Se formos capazes de detectar e compreender a matéria escura, nosso conhecimento vai se expandir para abarcar 30 por cento do universo, um enorme passo adiante", afirmou Heuer.

O LHC, a maior experiência científica do mundo centralizada num túnel subterrâneo oval de 27 quilômetros, está atualmente em atividade para, até o final do mês, colidir partículas com a maior energia já alcançada.

fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/reuters/2010/03/08/experiencia-do-big-bang-podera-revelar-a-materia-escura.jhtm

LHC fará teste com energia inédita no próximo dia 30.(Título modificado)


Em Genebra

O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) tentará no próximo dia 30 recriar o Big Bang que deu origem ao universo em seu Grande Colisor de Hádrons (LHC), o acelerador de partículas mais potente do mundo, informaram nesta terça-feira os pesquisadores do Cern

As partículas se chocarão com uma energia inédita de 7 teraelétron volts (TeV) dentro do túnel circular de 27 km do Cern, que se encontra enterrado 100 metros abaixo da terra, entre a França e Suíça, nas proximidades de Genebra.

"Com um feixe (no sentido inverso) de 3,5 TeV, estamos a ponto de lançar o programa de pesquisa física do LHC", indicou em um comunicado Steve Myere, diretor encarregado dos aceleradores no Cern.

"A única maneira de sincronizar os dois eixos é em si um desafio: é um pouco como lançar duas agulhas de ambos os lados do Atlântico para se choquem no meio do Oceano", assinalou.

"O LHC não é uma máquina em que basta apertar um botão", indicou o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer. "Funciona muito bem, mas ainda está numa etapa de ajustes... Pode demorar horas e inclusive dias para obter os choques".

Os choques de prótons lançados em sentido inverno deveriam provocar o surgimento de elementares jamais observadas antes. Os investigadores do Cern buscam especialmente encontrar evidências da existência de partículas efêmeras como o bóson de Higgs, que deu a noção de massa na física teórica.

Os últimos êxitos do LHC constituem um alívio para os cientistas depois das duas avarias que o instrumento físico mais preciso do mundo depois de seu grande lançamento em setembro de 2008.

Depois de sofrer reparos durante 14 meses, o LHC foi relançado em novembro de 2009. Um mês mais tarde obteve uma potência jamais vista de aceleração de feixes de prótons de 2,36 TeV, permitindo o choque de mais de um milhão de partículas.

Se alcançar os 7 TeV, o Cern atingirá uma potência três vezes e meia maior da potência máxima de seu concorrente, o Fermilab de Chicago (Estados Unidos).

Dentro de entre 18 e 24 meses o LHC terá uma "parada técnica" de 8 a 10 meses previstos, para prepará-lo para alcançar uma potência de 14 TeV.

fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/afp/2010/03/26/lhc-tenta-recriar-o-big-bang-em-genebra-no-proximo-dia-30.jhtm